segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Novos tempos, velhos costumes!


Dia desses, Natal se aproximando, dirigia na Perimetral um tanto tristonha, sem um motivo aparente. O estranho é que era uma sexta-feira, dia de happy-hour, de se reunir com os amigos... Enfim, um dia "F", de farra, festa, fim de semana, felicidade e, no meu caso, de fossa. Às vezes acontece. Normal. Não vou me martirizar por isso... Ninguém é feliz o tempo todo.

Nessas horas, nada melhor do que ficar sossegada em casa, escutar uma boa música, ver um DVD, comer besteira... Maravilha! São os planos da minha sexta-feira-sem-sal.

Desligo o motor, entro em casa e vou direto para o meu quarto. E eis que avisto um envelope em cima da minha cama, aguardando ser aberto pelo destinatário ou por mim. Não era conta para pagar nem informativo do banco, mas a carta de uma amiga que mora distante. Embora a gente mantenha o contato por todos os meios virtuais existentes - msn, orkut etc. -, eu não esperava receber uma carta dela ou de quem quer que seja. Na verdade, o que menos importa é o remetente. Não que a minha amiga não tenha importância. Mas a carta tornou-se o centro das minhas atenções naquele início de noite.

Era uma carta de Natal, delicada, com muitos adjetivos. E foi ela a responsável por mudar o meu humor naquela sexta-feira. Há muitos anos não recebia uma correspondência, papel, impresso, escrito de próprio punho, assinado. Fiquei pensando na época em que minha mãe montava a árvore de Natal com alguns poucos enfeites, já que o restante da decoração ficava a cargo dos cartões de "boas festas" que recebíamos. Colocávamos todos ali, todos igualmente iluminados. Agora, nossa árvore precisa até de reforço, um bom suporte para aguentar tanto penduricalho. Ela continua linda, porém menos humana.

Fui tomada por um sentimento de nostalgia. Um sentimento bom, mas de nostalgia, de quando as pessoas pensavam mais nas outras. Quem se dá ao trabalho hoje de ir a uma loja; escolher um cartão bonito e com dizeres prontos que buscam se aproximar daquilo que você deseja falar para o outro; pensar em palavras verdadeiras e colocá-las no papel - às vezes, isso implica passar o rascunho a limpo -; ir aos Correios, pagar por isso e, por fim, despachar seus sentimentos?

Incrível. E é estranho achar isso incrível... Senti-me lisonjeada por ser lembrada, querida e por alguém investir seu tempo nessa tarefa de cuidar do outro, de uma amizade. Novos tempos, velhos e belos costumes! Coloquei o cartão na árvore como uma criança que coloca seu sapatinho na janela à espera do Papai Noel... Feliz sexta-feira!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Meu primeiro engarrafamento

Olá pessoas!

Estou no comando. É o meu primeiro engarrafamento por aqui e, apesar disso, estou me sentindo bem confortável. Para quem não conhece o Rio, vale esclarecer: a Perimetral é uma das principais vias de acesso que liga o Centro do Rio a áreas como a Baixada Fluminense e Niterói. Uma ponte com uma bela vista da cidade, que fica suspensa na área do porto. E por falar em porto, faz parte das obras do PAC a sua revitalização, completamente necessária ao desenvolvimento da cidade. Já está mais do que na hora desse projeto virar realidade. No papel há anos, acho que agora vai. Os recursos do governo federal já estão reservados. Maravilha!

Isso era uma coisa que me deixava intrigada. Como pode uma cidade com este cenário do porto - a vista da Perimetral é a bela Baía da Guanabara, a majestosa Ilha Fiscal, a ponte Rio-Niterói ao fundo - ser tão pouco explorada? Em qualquer lugar do mundo, os portos são lugares belíssimos, com toda a infra-estrutura de negócios e de turismo imprescindíveis para atrair milhares de pessoas - sem falar na geração de recursos aos cofres públicos e ampliação do valor das cargas. Que o diga a Baía de Todos os Santos na nossa Bahia, Puerto Madero em Buenos Aires, o Porto de New York... Tudo bem que ainda não é possível comparar o porto da Bahia com os outros, mas andou tendo uma melhoria por lá nos últimos anos, uma "faxina geral" no Pelourinho, inclusive. Puerto Madero, por exemplo, além de lindo, é atrativo. São muitas opções de restaurantes, museus, hotéis, faculdade e até um cassino, tudo construído em galpões onde antes funcionavam os armazéns e que hoje dão lugar a uma arquitetura de primeiro mundo.



Espero que esse projeto no Rio dê ao carioca opções "extras" de entretenimento e cultura. Só fica uma dúvida: o "menino do Globo" - ele sempre sabe das coisas - me contou que o grande desafio desse projeto é justamente solucionar "o problema" da Perimetral. Sim, porque imagine você, aqueles armazéns lindos de morrer e totalmente recuperados, o cenário perfeito e uma ponte "nada a ver" no meio do caminho, ofuscando o brilho da cidade!!!

Agora eu é que fiquei com um problema. Se isso for verdade, vou ter que pensar num caminho alternativo para esse blog. Mas, isso é papo para outro engarrafamento! Passando a segunda... Ufa!